Essa mesma moldura que levo, uma teórica perfeição, a coisa certa incarnada
em conceitos pré ditados pelos padrões sociais.
Não tenho muito disso, infelizmente ou felizmente não sou nada do que querem
que eu seja, não dou tanta importância ao conceito dos outros.
Sei que decepciono muito, me decepcionam também, tudo é recíproco.
Sempre que acontece, tento sair e me esconder. É uma constante cobrança do
tal ser e fazer bonito.
Mas o bonito não vive para si, sim para os outros, isso é muito infeliz.
O que vem na cabeça é uma vontade de recomeçar do zero e fazer tudo do meu
jeito, mas não tem como nascer sabendo o que ser, fazer ou seguir!
Cada um tem as suas dores, e com as minhas vou vivendo.
Meu estímulo se cria quando não consigo nenhum apoio ou ajuda, tenho consciência
que esse peso é só meu e de mais ninguém.
Sou e sempre fui a pessoa errada e estou muito distante de ser a certa no meio de tudo
e todos, mas não sei até quando vamos suportar tudo isso.
Não sei se dá para continuar, mas se é errado ser ou fazer o que me sinto bem, então
sou sim a pessoa errada.
Gosto de mim, muito mesmo, não procuro a perfeição e espero estar muito distante disso,
de certa forma, me mantenho sempre distante.
Todos temos defeitos, a diferença é que alguns são aceitáveis, outros não.
A hipocrisia nunca foi só uma palavra, ela vive em cada um de nós.
Somos humanos e falhos em nossas escolhas.
Não sou diferente, posso errar, e quero errar também.