segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Promessas


Sinto hoje que todas as promessas feitas, que as horas de conversa, que o silêncio, tudo foi em vão. Estou caindo em um buraco novamente, sinto dores constante em meu corpo e não tenho ânimo em fazer nada para ajudar a me tirar daqui, ao menos nessa madruga de sábado que se inicia calmamente enquanto o sol sai tímido e cinza. Não tenho um banco pra sentar e contar histórias, se falo “condenar” ninguém nota o peso das minhas palavras, alguns só conheceram o que sobra de meu sorriso. 

As minhas partidas não são dignas como imagino ou imaginam, ninguém me segura ou diz que vai me ajudar. Quando dou adeus e ninguém nota, além de partir, eu também morro. As relações se tornam uma fuga momentânea do real, imagino como tudo poderia ser, mas nunca é nem a metade do que gostaria.

E o meu quarto tem carregado involuntariamente um cenário de morte. Livros jogados, edredom ao chão, embalagens do que comi há mais de uma semana. As poucas pessoas que se arriscam em entrar aqui, me fala o desnecessário para minhas possíveis mudanças.

Mas tudo fica pior quando você não vê, quando a noite cai, quando o relógio aponta a hora em que todos vão dormir. Quando lembro de seus sorrisos, que me traziam tanta alegria e entusiasmo. No seu toque eu sentia seguro e sempre aquecido. No seu olhar estava meu sentido único, sem questionamentos. Me vejo andando pelas ruas a noite, sem rumo, e é nesse momento, quando eu estou mais uma vez sozinho. Sinto o mundo que é só meu.








- marcosasK