Muito pouco me serviria
Se seus olhos fossem de um negro sem fim.
Uma vez que a noite me roubou o dia,
Só existe para escondê-los de mim.
Se com o azul do céu se assemelham
Vê-los não posso, nem mesmo de coração
Já que todos os mares, que neles se espelham,
Levaram-me a terra onde eu tinha os pés.
Verdes? há como te quero, verde,
Mata inexplorada, floresta com cheiro único e belo,
Lugar sem fim onde meu eu se perde
Na louca busca da salvação.
Talvez castanhos cavalos, quisera eu montar,
Por prados imensos, que nada mais são
Que na sua cama, há divino cavalgar
Sem sela, sem rédeas, sem rumo.
Antes duas cores tivessem, impossíveis,
E eu não os procuraria.
E assim eles ficariam, inatingíveis,
Como eterno castigo por não serem meus.
Cabal 31/03/2009
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